-
Arquitetos: ERRE q ERRE arquitectura y urbanismo, Taller ID
- Área: 2000 m²
- Ano: 2023
-
Fotografias:Margarita Gorbea
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto "Centro de Cultura Ambiental" é um novo nó cultural, paisagístico e ambiental dentro da segunda seção da Floresta Chapultepec na Cidade do México, é parte das iniciativas do Plano Diretor "Natureza e Cultura Chapultepec" coordenado por Gabriel Orozco. A proposta foi a vencedora de um concurso público aberto organizado pelo Governo da Cidade do México, em coordenação com o Governo Federal.
O Centro de Cultura Ambiental contempla um Pavilhão cercado por um conjunto de Jardins com um desenho naturalista e uma perspectiva etnobotânica. Estes Jardins fazem referência aos diversos ecossistemas e paisagens naturais da Bacia do Vale do México (Florestas Temperadas, Prados, Zonas Úmidas e vegetação de Pedregal) e foram cuidadosamente integrados com a vegetação, topografia e equipamentos existentes em Chapultepec, otimizando e aumentando assim seu grande potencial enquanto uma floresta urbana.
Para a acessibilidade e o desfrute destes Jardins, uma série de Passeios Bioculturais foi incorporada ao projeto, o que melhora significativamente a conectividade dos pedestres nessa parte da Floresta. Os Passeios oferecem uma experiência imersiva na natureza e uma redescoberta educacional da importância dos elementos naturais dentro de uma floresta urbana, assim como nossa relação com eles, transcendendo sua funcionalidade meramente conectiva e estética.
Os Passeios Bioculturais adotam trajetórias concêntricas em espiral que dão continuidade às linhas curvas que definem o contorno do Lago Menor. Seus percursos partem das instalações culturais existentes em diferentes pontos do perímetro do terreno e convergem intuitivamente no Centro de Cultura Ambiental: um articulador cultural concebido como um espaço público aberto que permite aos visitantes experimentar a relação direta entre a natureza e as novas dinâmicas culturais e ambientais. É formado pela dualidade e interação de um Espaço Cultural ao ar livre com um fórum ou praça circular, e um Pavilhão Ambiental que abriga exposições focadas no fomento da cultura ambiental.
A configuração espacial do projeto surge a partir de uma implantação estratégica do Centro de Cultura Ambiental. Ele é delicadamente incorporado à geometria do lago e a uma inclinação natural do terreno com a vegetação existente, o que proporciona um espaço ideal para abrigar um conjunto de degraus de pedra vulcânica que servem como contenção, área de descanso e de contemplação para a nova paisagem ou cenário ambiental.
O Pavilhão Ambiental foi concebido enquanto um elemento paisagístico. Sua geometria semi-cônica e seu invólucro de pedra preta sobre a cobertura de 2.000 m2 fazem referência às paisagens vulcânicas do Pedregal e se integram sutilmente em seu entorno natural e cultural. O resultado é um pavilhão leve, flexível, versátil e de muito baixa manutenção. Sua simplicidade formal é acompanhada pela escolha consciente de sistemas construtivos ideais e novas tecnologias que minimizam sua pegada de carbono e seu impacto sobre o meio ambiente. O interior do Pavilhão oferece total continuidade e flexibilidade espaciais que pode acomodar e explorar diferentes propostas museográficas, promovendo sempre a transparência visual em relação a suas duas frentes externas: os Jardins e o Espaço Cultural.
Estas características destacam sua versatilidade e dinamismo espacial para acomodar atividades e programas de exposição que demandam um certo resguardo ou sombra. Também favorece a experiência de sentir o contato direto com os Jardins / Passeios, que proporcionam ao visitante uma paisagem única do interior do Pavilhão, realçando a importância dos elementos naturais e da paisagem em um ambiente educativo e cultural. Esta proposta de Pavilhão permite visualizar a harmonia, a inter-relação direta e a fusão entre o natural e o humano, o existente e o projeto, a paisagem e a arquitetura.
Onde antes havia um estacionamento, agora existe uma Zona Agroecológica com várias parcelas de culturas rotativas, contidas por paredes de pedra em forma de "tecorrales". Estes proporcionam uma nova paisagem em harmonia com a cobertura do Pavilhão, ao mesmo tempo em que melhoram as condições ambientais do espaço e promovem a biodiversidade. Esta área também visa a participação cidadã através de vários programas educacionais, demonstrativos e de produção agrícola. O projeto prioriza os princípios de projeto da permacultura, que estabelece um zoneamento do espaço e regula seu nível de manutenção de acordo com critérios de proximidade, neste caso, com o Centro de Cultura Ambiental.
O sistema de irrigação para a zona agro-ecológica funciona por gravidade. Ele começa no Lago Menor e é distribuído graças a um canal principal visível e vários canais secundários com comportas manuais que otimizam o uso e o manejo da água. O projeto oferece um conjunto único de paisagens, emoções, encontros, atividades e aprendizagem no contexto de uma floresta urbana, garantindo o cumprimento de suas funções ecossistêmicas e tornando-se um promotor ativo da cultura ambiental.